História da Lei Maria da Penha: conheça!

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A História da Lei Maria da Penha é um marco na defesa dos direitos humanos e da dignidade das mulheres no Brasil.

Criada para combater a violência doméstica e familiar, a lei representa uma transformação profunda no modo como o Estado e a sociedade encaram esse tipo de crime. Mais do que garantir punições, ela criou uma estrutura de proteção, acolhimento e prevenção,  oferecendo às vítimas caminhos legais para romper o ciclo de violência.

Apesar de amplamente divulgada, ainda é pouco conhecida pelas mulheres no país, já que 75% das brasileiras afirmam “saber pouco” sobre a Lei Maria da Penha (Fonte: Agência Senado).



Neste post, portanto, vamos explicar mais sobre a história, a aplicação e a importância desse instrumento tão fundamental na proteção às mulheres.

Quem é Maria da Penha?

Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica bioquímica, nascida em Fortaleza, Ceará, em 1945. Sua história mudou o curso da legislação brasileira.

Em 1983, ela foi vítima de duas tentativas de feminicídio por parte de seu então marido, Marco Antônio Heredia Viveros. Na primeira, levou um tiro nas costas enquanto dormia e ficou paraplégica. Meses depois, foi mantida em cárcere privado e sofreu nova agressão com choques elétricos no chuveiro.

Mesmo com provas, testemunhos e laudos médicos, o caso demorou quase duas décadas para ter uma sentença definitiva no Brasil, revelando falhas profundas no sistema de justiça em relação à violência doméstica.

Maria da Penha tornou-se símbolo de resistência, transformando sua dor em luta. Sua trajetória inspirou movimentos sociais, ativistas e juristas a criarem uma legislação específica que levasse em conta a complexidade dessas violências.

O caso Maria da Penha e a mobilização internacional

Frustrada com a lentidão da Justiça brasileira, Maria da Penha buscou apoio internacional. Em 1998, sua denúncia chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O órgão concluiu que o Estado brasileiro havia sido negligente, omisso e conivente com a violência sofrida por ela, uma grave violação aos direitos humanos. Em 2001, o Brasil foi formalmente condenado, recebendo recomendações severas para mudar suas leis e práticas.

Essa condenação internacional gerou grande repercussão e pressionou o país a agir. Foi o estopim para que o governo federal criasse uma legislação robusta, voltada especificamente para a violência contra a mulher.

A decisão da OEA expôs a fragilidade institucional, mas também deu força à sociedade civil e às organizações feministas, que passaram a cobrar ações concretas do Estado brasileiro.

História da Lei Maria da Penha: criação

A Lei nº 11.340 foi sancionada em 7 de agosto de 2006. Ela passou a ser conhecida como Lei Maria da Penha em homenagem à luta da farmacêutica.

A lei surgiu como resposta à condenação internacional e foi construída com a participação ativa de movimentos sociais, ONGs, juristas, universidades e parlamentares.

Seu principal objetivo é prevenir, punir e erradicar a violência doméstica e familiar contra a mulher. Além de prever punições mais severas, ela institui medidas de proteção, acolhimento e orientação para as vítimas.

Outro avanço importante foi o reconhecimento de que a violência doméstica vai além da agressão física. A nova lei trouxe uma abordagem mais completa e sensível, considerando aspectos emocionais, psicológicos, sociais e patrimoniais.

Avanços trazidos pela nova legislação

Com a Lei Maria da Penha, a violência doméstica deixou de ser tratada como um problema privado. Passou a ser vista como uma violação dos direitos humanos, exigindo ação do Estado.

A lei estabeleceu medidas protetivas de urgência, como o afastamento do agressor do lar e a proibição de contato com a vítima. Essas medidas podem ser concedidas rapidamente, mesmo antes de um julgamento.

Também foram criados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, especializados em lidar com esse tipo de caso. Eles integram justiça criminal, cível e psicossocial.

Esses avanços aumentaram o número de denúncias, deram visibilidade ao problema e incentivaram a criação de redes de apoio e centros de atendimento em todo o país.

História da Lei Maria da Penha: reconhecimento internacional 

A Lei Maria da Penha é considerada uma das três melhores legislações do mundo no combate à violência contra a mulher, segundo a ONU. Esse reconhecimento mostra que o Brasil soube transformar um problema grave em oportunidade de mudança institucional e social.

A lei já foi tema de congressos, pesquisas e estudos internacionais, sendo usada como modelo por países que buscam enfrentar desafios semelhantes.

Apesar das dificuldades na aplicação, a existência da lei já representa um marco e continua inspirando novas políticas públicas.

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Quando a Lei maria da Penha pode ser aplicada?

A Lei Maria da Penha se aplica sempre que há violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente de vínculo formal ou coabitação. Ela abrange situações em que a agressão ocorre no contexto de relações íntimas, como namoros, uniões estáveis, casamentos e relações homoafetivas entre mulheres.

Também se aplica a relações familiares em geral, como entre mãe e filho, avó e neto, desde que envolvam violência baseada no gênero feminino.

Importante destacar que a lei é exclusiva para mulheres, por reconhecer a desigualdade estrutural e a vulnerabilidade de gênero nesses casos.

Tipos de violência previstos na Lei

A Lei Maria da Penha identifica cinco formas principais de violência doméstica: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

A violência física é a mais visível, envolvendo agressões que deixam marcas no corpo. Já a violência psicológica pode incluir ameaças, chantagens, humilhações e isolamento da vítima.

A violência sexual refere-se a situações de abuso, coerção ou forçação em atos sexuais, inclusive dentro do casamento. A patrimonial envolve destruição ou retenção de bens, documentos e valores da mulher.

A violência moral diz respeito a calúnia, difamação e injúria, atos que ferem a honra da vítima. Ao reconhecer essas formas, a lei amplia a proteção e facilita o acesso à Justiça.

A evolução da Lei Maria da Penha ao longo dos anos

Desde 2006, a Lei Maria da Penha vem sendo aprimorada para acompanhar as mudanças sociais e ampliar a eficácia da proteção às mulheres. Foram criadas delegacias especializadas, centros de referência, casas-abrigo e programas de atendimento psicossocial.

Além disso, inovações como o monitoramento eletrônico de agressores e o uso de aplicativos de denúncia foram implementadas em diversos estados.

Em anos recentes, novas legislações complementares surgiram para reforçar a proteção, como a Lei do Feminicídio e a que garante prioridade nos serviços de saúde para mulheres vítimas de violência.

A importância da conscientização e da denúncia

A Lei é uma ferramenta poderosa, mas só funciona com o apoio da sociedade. A denúncia ainda é o primeiro passo para romper o ciclo de violência. Muitas mulheres não denunciam por medo, vergonha ou dependência econômica. Por isso, políticas públicas e campanhas educativas são tão importantes.

Serviços como o Disque 180, delegacias especializadas e redes de apoio vêm sendo fundamentais para acolher e orientar essas vítimas. Conscientizar homens, mulheres, jovens e toda a sociedade é essencial para prevenir a violência e construir uma cultura de respeito.

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