Direito Médico: o que um advogado precisa saber?

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O Direito Médico é um ramo especializado do Direito que abrange as relações jurídicas envolvendo a medicina, profissionais da saúde, pacientes e instituições de saúde. Ele busca regulamentar e assegurar a correta aplicação das normas jurídicas nas atividades médicas, além de proteger tanto os direitos dos profissionais quanto os dos pacientes.

Só para termos ideia deste cenário: em 2023, o número de processos judiciais envolvendo planos de saúde no Brasil atingiu um recorde de 234.111 ações, representando um aumento de 60% em relação a 2020. Esse crescimento expressivo está relacionado, em grande parte, à recusa de cobertura para procedimentos médicos por parte das operadoras, o que tem levado os beneficiários a recorrerem ao Judiciário como última alternativa. As operadoras de planos de saúde, por sua vez, gastaram cerca de R$ 5,5 bilhões em despesas judiciais em 2023, impactando diretamente os custos e a sustentabilidade do setor de saúde suplementar​ (fonte: Jornal O Sul).

Por isso, continue com a gente para descobrir o que é Direito Médico, como funciona na prática e quais são seus princípios, e o que diz a legislação médica quanto ao exercício da Medicina.

O que é Direito Médico e como funciona na prática?

O Direito Médico é o ramo do direito que regula as relações jurídicas decorrentes da prática da medicina e da prestação de serviços de saúde. Ele envolve a aplicação de normas e princípios para proteger tanto os direitos dos pacientes quanto as responsabilidades dos profissionais e das instituições de saúde. Entre as principais áreas abrangidas estão a responsabilidade civil e penal dos médicos, o erro médico, a ética médica e a proteção aos direitos dos pacientes.

Na prática, o Direito Médico funciona de forma a equilibrar as relações entre médicos, hospitais e pacientes, e abrange diversas áreas:

  • Responsabilidade Civil e Penal: Quando ocorre algum dano ao paciente, seja por negligência, imprudência ou imperícia, o médico ou a instituição pode ser responsabilizado. A responsabilidade civil envolve a reparação de danos, enquanto a penal trata de crimes como omissão de socorro ou negligência grave.
  • Ética Médica: O Código de Ética Médica estabelece normas que os profissionais de saúde devem seguir para garantir a boa prática. Violações podem resultar em processos éticos junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que pode aplicar penalidades como advertências e até a cassação do direito de exercer a profissão.
  • Consentimento Informado: Um princípio importante do Direito Médico é o consentimento informado, que exige que o paciente seja esclarecido sobre os riscos, benefícios e alternativas de um tratamento, e que consinta livremente com ele.
  • Judicialização da Saúde: O aumento de ações judiciais na área da saúde, como demandas por tratamentos não oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde, faz parte do dia a dia do Direito Médico, com advogados especializados na defesa de médicos, hospitais e pacientes em processos relacionados a esses temas​.

O Direito Médico atua de forma preventiva, orientando profissionais e instituições de saúde a evitar litígios, e de maneira contenciosa, na defesa em processos judiciais e administrativos.

Quais são os princípios do Direito Médico?

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Os princípios do Direito Médico são fundamentais para garantir uma relação ética e legal entre médicos, pacientes e instituições de saúde. Aqui estão os principais princípios que orientam essa área do direito:

  • Autonomia do paciente: Esse princípio assegura que o paciente tem o direito de tomar decisões informadas sobre seu próprio tratamento. O médico deve fornecer todas as informações necessárias para que o paciente possa fazer escolhas conscientes. A violação desse princípio pode gerar responsabilidade civil por danos, especialmente se o paciente for prejudicado por falta de informações adequadas​.
  • Beneficência: O médico deve sempre agir no melhor interesse do paciente, buscando promover a saúde e o bem-estar. Isso implica em oferecer tratamentos que sejam benéficos e adequados, evitando práticas que possam causar danos.
  • Não maleficência: Esse princípio complementa a beneficência e exige que o médico evite causar qualquer dano ao paciente. Isso inclui tanto danos diretos quanto possíveis riscos de tratamentos ineficazes ou perigosos.
  • Justiça: No contexto do Direito Médico, a justiça refere-se à equidade no acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento dos pacientes de maneira imparcial, independentemente de fatores como condição socioeconômica ou capacidade de pagamento​.

Esses princípios são fundamentais para guiar a prática médica, proteger os direitos dos pacientes e garantir que a medicina seja exercida de maneira ética e responsável (fonte: ProJuris).

Oportunidades de carreira no Direito Médico: áreas de atuação e demandas emergentes

O Direito Médico é uma área em crescimento, impulsionada pela complexidade crescente nas relações entre médicos, pacientes, e instituições de saúde. Para os advogados que desejam se especializar nessa área, é importante entender as diferentes oportunidades de atuação:

  • Consultoria e Assessoria Jurídica Preventiva: Um dos papéis mais importantes do advogado no Direito Médico é oferecer consultoria para profissionais e instituições de saúde, auxiliando-os a seguir as regulamentações vigentes e prevenir litígios. Isso inclui a análise de contratos médicos, elaboração de termos de consentimento informado e orientações sobre ética médica.
  • Defesa em Processos por Erro Médico: A defesa em casos de responsabilidade civil ou penal por erro médico é uma área chave para os advogados especializados em Direito Médico. Com o aumento das demandas judiciais por negligência, imprudência ou imperícia médica, o profissional da advocacia precisa estar preparado para defender médicos e hospitais em processos de grande impacto.
  • Judicialização da Saúde: Cada vez mais comum, a judicialização da saúde envolve ações contra planos de saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir tratamentos e medicamentos. Advogados dessa área podem atuar tanto na defesa de pacientes quanto de instituições de saúde.
  • Direito Hospitalar: Advogados que atuam diretamente com instituições hospitalares são responsáveis por lidar com contratos de prestação de serviços, licenças sanitárias, questões trabalhistas de equipes médicas, e compliance com normas sanitárias e regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
  • Bioética e Novas Tecnologias: Com o avanço de tecnologias médicas, como a inteligência artificial e tratamentos experimentais, questões bioéticas têm se tornado cada vez mais relevantes. Advogados especializados podem atuar na regulamentação de inovações médicas e na proteção de dados sensíveis dos pacientes.

A crescente demanda por profissionais com expertise em Direito Médico faz dessa uma área promissora para advogados que buscam se diferenciar no mercado.

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