A traição virtual é um fenômeno crescente que afeta muitos relacionamentos na era digital. De acordo com o Estudo “Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil”, realizados em 2022, oito em cada 10 pessoas já traíram em relacionamentos monogâmicos, colocando o Brasil como o país mais infiel da América Latina, revelando a alta incidência de infidelidade no país. Além disso, os entrevistados nas pesquisas consideram que os homens são mais infiéis e os dados comprovam isso: 91% dos participantes do gênero masculino afirmaram já terem traído, contra 88% das mulheres (fonte: CNN Brasil).
A traição virtual pode envolver trocas emocionais ou sexuais através de redes sociais, ultrapassando os limites estabelecidos pelos casais. A dependência crescente das redes sociais também facilita essas interações, tornando a traição virtual um motivo significativo para divórcios.
Para compreender mais sobre este tema, no post de hoje vamos explorar o que é e quando é considerado traição virtual, além de discutir os sinais a serem observados e as possíveis consequências jurídicas.
O que é traição virtual?
Traição virtual refere-se às interações online que violam os limites estabelecidos em um relacionamento amoroso, muitas vezes envolvendo trocas emocionais ou sexuais com outra pessoa através de redes sociais, aplicativos de mensagens ou sites de encontros.
Com a crescente dependência das redes sociais e da internet para interações diárias, as oportunidades para essas traições aumentaram significativamente. De acordo com estudos feitos pela Comscore, o Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo, facilitando o surgimento de relações extraconjugais virtuais, tornando a traição virtual um fator significativo para divórcios brasileiros (fonte: Jornal Estado de Minas).
Quais os sinais de traição virtual?
Identificar os sinais de traição virtual pode ser desafiador, mas existem alguns comportamentos comuns que podem indicar que algo está errado.
De acordo com o portal Psicologia Online, alguns sinais incluem mudanças repentinas de comportamento, como o aumento do uso de dispositivos eletrônicos e a necessidade de manter esses dispositivos fora do alcance do parceiro.
Outro sinal é a alteração de senhas e a criação de perfis secretos em redes sociais ou aplicativos de mensagens. A pessoa envolvida na traição virtual pode também demonstrar um interesse incomum em manter conversas privadas e secretas, muitas vezes se isolando para usar o telefone ou o computador.
A diminuição da comunicação e da intimidade no relacionamento, bem como a evasão de perguntas sobre atividades online, também podem ser indicadores de que algo está acontecendo. Estar atento a esses sinais pode ajudar a identificar possíveis problemas antes que eles causem danos irreparáveis ao relacionamento.
Quando é considerado traição virtual?
Segundo o portal Líder Detetives, existem diversas formas de traição virtual, incluindo flertar online, trocar mensagens com conteúdo sexual, manter conversas íntimas com outra pessoa ou, até mesmo, participar de redes sociais ou aplicativos de encontros sem o conhecimento do parceiro.
O contexto e os limites do relacionamento são fundamentais para determinar se uma ação específica constitui traição virtual.
Para alguns casais, o simples ato de flertar pode ser considerado uma violação de confiança, enquanto para outros, a traição pode ser definida pela troca de fotos íntimas ou pela manutenção de uma relação emocional secreta.
É importante reforçar que o adultério deixou de ser crime há quase 20 anos, quando a Lei 11.106/2005 tirou do Código Penal a pena de quinze dias a seis meses de detenção para a prática. Porém, de acordo com o artigo 1.566 do Código Civil estipula como deveres de ambos os cônjuges:
I – fidelidade recíproca;
II – vida em comum, no domicílio conjugal;
III – mútua assistência;
IV – sustento, guarda e educação dos filhos;
V – respeito e consideração mútuos.
Ou seja, apesar da traição não ser mais crime pelo Código Penal, a exposição de cônjuge traído a situação humilhante que ofenda a sua honra, imagem ou integridade física ou psíquica pode justificar o pedido de indenização por dano moral.
Além disso, em se tratando do impacto emocional da infidelidade virtual, pode-se entender que pode ser tão devastador quanto uma traição física, causando sentimentos de desconfiança, insegurança, mágoa e exposição.
Também é importante pontuar que, mesmo se tratando de traição virtual, muitas vezes ela pode levar à deterioração do relacionamento, causando consequências judiciais, impactando processos de divórcio, acordos de custódia e a divisão de bens.
Em muitos casos, provas de traição virtual podem ser apresentadas em tribunal, influenciando a decisão do juiz sobre a distribuição de responsabilidades e recursos financeiros entre as partes envolvidas. Mas é preciso se consultar com um advogado especialista em Direito Digital ou de Direito de Família para saber como proceder legalmente nesses casos.
O que fazer em caso de traição virtual?
Como já foi visto aqui, a traição não é necessariamente uma justificativa para um pedido de indenização, mas existem exceções (fonte: Terra). Por isso, em caso de traição virtual, é importante considerar as medidas judiciais disponíveis para lidar com a situação.
Segundo o portal Nosso Direito, a traição, embora não seja considerada crime desde 2005, pode acarretar algumas consequências de responsabilidade civil. Isso significa que a parte traída pode buscar reparação por danos morais, dependendo da gravidade do impacto emocional e social causado pela infidelidade.
Para isso, é fundamental reunir provas concretas da traição virtual, como mensagens, e-mails ou outros registros digitais que comprovem a infidelidade. Essas evidências são essenciais para fundamentar qualquer ação judicial e para garantir que a justiça considere seriamente as alegações.
Mas vale lembrar que as provas de uma traição virtual devem ser reunidas de maneira legal e ética para serem aceitas em tribunal. Por exemplo, é importante assegurar que essas provas sejam obtidas sem violar a privacidade ou a legislação vigente sobre invasão de dispositivos eletrônicos.
Além disso, as provas devem ser autênticas e não podem ser alteradas ou manipuladas. Também é recomendável consultar um advogado para garantir que a coleta e a apresentação das provas sigam as normas jurídicas adequadas.
Diante de uma traição virtual, é essencial entender as opções legais disponíveis para proceder de maneira adequada, assegurando que todos os direitos sejam protegidos e que possíveis reparações sejam obtidas.
Gostou de saber mais sobre a traição virtual? Que tal conhecer nossos cursos de graduação, pós-graduação (presencial e EaD), mestrado e extensão da Escola Paulista de Direito?
A Escola Paulista de Direito possui 20 anos de experiência em ensino superior na área de Direito com reconhecimento do MEC e conta com milhares de estudantes matriculados, tanto no curso de graduação quanto nos cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Faça parte da nossa história! Entre em contato agora mesmo com um dos nossos consultores e comece sua trajetória profissional no Direito!
Deixe um comentário