O que é filantrópico?

·

Foto-referente-filantrópico
Foto-referente-filantrópico

O termo filantrópico remete à ação de contribuir com o bem-estar social sem fins lucrativos. Em sua essência, está ligado à generosidade, ao altruísmo e ao compromisso com causas sociais relevantes.



No Brasil, a atuação filantrópica tem função importante, principalmente nas áreas de saúde, educação e assistência social.



E mais do que uma prática voluntária, ela é também regulada e reconhecida no âmbito jurídico. Diversas leis garantem benefícios e impõem responsabilidades a entidades com atuação filantrópica. Ou seja, para ser considerada filantrópica, uma instituição precisa atender a requisitos legais bem definidos.

Aqui no país, estima-se que mais de 27 mil instituições filantrópicas fazem atendimento gratuito à população carente nas áreas de saúde, assistência social e educação (Fonte: Agência Câmara de Notícias).

Neste artigo, você entenderá melhor o que é ser filantrópico sob o ponto de vista legal. Vamos explicar conceitos, requisitos, leis e os principais desafios das entidades que atuam nessa área.

O que significa ser filantrópico?

Ser filantrópico vai além de fazer o bem ou praticar a caridade de forma pontual. É dedicar tempo, recursos e estrutura para causas sociais de maneira contínua e organizada.

No Brasil, o termo é usado para identificar entidades privadas sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos à população. Essas entidades complementam políticas públicas e promovem inclusão, cidadania e acesso a direitos.

Para ser considerada filantrópica, uma organização precisa demonstrar impacto positivo, constância e responsabilidade social. Mais do que boa vontade, é necessário compromisso com metas, indicadores e resultados concretos.

Além disso, o caráter filantrópico está vinculado à finalidade institucional da entidade. Ou seja, seu estatuto e suas práticas devem refletir esse objetivo, sem envolvimento com atividades comerciais ou lucrativas.

Muitas dessas instituições se organizam como associações ou fundações. Ambas têm regras próprias e exigem formalização junto aos órgãos competentes.

Na legislação brasileira, há um robusto arcabouço jurídico voltado para entidades com atuação filantrópica. A Constituição Federal reconhece a relevância dessas instituições e prevê isenções tributárias para elas.

Uma das principais normas é a Lei nº 12.101/2009, que trata da certificação das entidades beneficentes de assistência social (CEBAS). Ela estabelece critérios para concessão e manutenção da certificação, essencial para garantir imunidades legais.

Além disso, o Código Civil, em seus artigos 44 a 69, regula a criação e funcionamento de associações e fundações. Essas são as estruturas jurídicas mais comuns para entidades filantrópicas.

Existem ainda outras leis complementares, como a Lei nº 9.790/1999, que trata das OSCIPs, e o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Lei nº 13.019/2014). Cada uma dessas leis traz exigências específicas, exigindo atenção e conformidade por parte das entidades.

Essas normas garantem isenções, mas também impõem critérios rigorosos de governança e prestação de contas. Não cumprir essas exigências pode levar à perda de benefícios e sanções legais.

O papel do Direito na filantropia

O campo jurídico é fundamental para organizar, proteger e dar credibilidade às ações de filantropia. Ele assegura que os direitos dos beneficiários sejam respeitados e que os recursos públicos ou privados sejam utilizados corretamente.

No cotidiano das instituições, advogados especializados atuam desde a fundação até a gestão contínua da entidade. Eles lidam com questões como estatuto, registros, parcerias com o poder público e cumprimento de obrigações fiscais.

Além disso, há aspectos importantes no campo trabalhista. Por exemplo, entidades filantrópicas de saúde podem obter isenções na contribuição previdenciária, desde que cumpram contrapartidas legais.

Outro ponto importante é o acompanhamento jurídico em processos de obtenção e renovação do CEBAS. Trata-se de uma certificação exigente, que demanda planejamento e clareza na documentação.

Assim, o Direito dá segurança jurídica à filantropia, evitando riscos, litígios e penalidades. Também fortalece a confiança de doadores e parceiros na atuação da entidade.

Foto-referente-filantrópico-2

Como um entidade se torna filantrópica?

Para obter o reconhecimento legal de entidade filantrópica, o caminho começa na fundação da organização. Ela precisa ter uma natureza jurídica compatível, como associação ou fundação, e fins expressamente definidos no estatuto.

Em seguida, deve iniciar atividades efetivas em uma das três áreas reconhecidas: saúde, educação ou assistência social. É necessário comprovar a gratuidade dos serviços prestados, o alcance social e o impacto gerado.

Com esses critérios atendidos, a entidade pode solicitar o CEBAS ao ministério competente (Saúde, Educação ou Desenvolvimento Social). Esse processo envolve análise documental, comprovação de atividades, relatórios financeiros e indicadores de desempenho.

Benefícios legais de ser filantrópico

A principal vantagem é a isenção da contribuição patronal ao INSS, que pode representar uma economia significativa. Além disso, muitas entidades conseguem imunidade do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins sobre as receitas vinculadas às atividades sociais.

A certificação também abre portas para parcerias com o poder público. A entidade pode firmar convênios, receber repasses ou usar equipamentos públicos para suas ações.

Outro benefício indireto é a confiança da sociedade civil e de doadores privados. Ter o CEBAS demonstra credibilidade, regularidade e compromisso com a causa de quem é filantrópico.

Deveres e obrigações legais

A contrapartida para esses benefícios são as responsabilidades legais. As organizações devem prestar contas regularmente, manter documentação atualizada e atender às exigências dos ministérios.

Também é necessário publicar relatórios de atividades e balanços financeiros. A transparência é uma exigência fundamental para manter o reconhecimento como filantrópica.

Por isso, é recomendável que a organização conte com uma equipe jurídica e contábil especializada no terceiro setor. Essa é a melhor forma de garantir conformidade e evitar riscos desnecessários.

Desafios jurídicos enfrentados pelas entidades filantrópicas

Apesar dos benefícios legais, muitas entidades enfrentam obstáculos para manter a regularidade. A burocracia, os prazos curtos e a complexidade das exigências são queixas recorrentes.

Outro desafio importante é a insegurança jurídica, provocada por mudanças frequentes nas normas. Revisões em leis tributárias ou interpretações divergentes podem comprometer o planejamento das instituições.

A fiscalização também se intensificou nos últimos anos. Há maior rigor na comprovação da gratuidade dos serviços e na análise do impacto social gerado. Além disso, a obtenção e renovação do CEBAS exige um padrão elevado de gestão e compliance. Não cumprir qualquer etapa pode inviabilizar o processo ou provocar sanções.

Muitas entidades também enfrentam dificuldades financeiras e precisam captar recursos para continuar operando. Isso exige criatividade, planejamento estratégico e estrutura jurídica sólida.

A filantropia como instrumento de transformação social

A atuação filantrópica é um dos pilares da democracia participativa e do desenvolvimento sustentável. Ela ajuda a garantir que os direitos fundamentais — saúde, educação, assistência — cheguem a quem mais precisa.

Entidades filantrópicas são responsáveis por milhões de atendimentos por ano no Brasil. Muitas vezes, substituem ou complementam ações que deveriam ser responsabilidade do Estado. Ao mesmo tempo, fortalecem o protagonismo da sociedade civil. E ajudam a construir soluções mais eficientes, personalizadas e humanas para os desafios sociais.

Do ponto de vista legal, a filantropia contribui para a efetivação de princípios constitucionais. Como a dignidade da pessoa humana, a solidariedade e a erradicação da pobreza. Por isso, fortalecer juridicamente o setor é uma questão de interesse coletivo. Mais do que regular isenções, é garantir que o bem social continue se expandindo.

Venha para a EPD!

Na Graduação em Direito da EPD e em todos os nossos cursos, o conteúdo é atualizado para a compreensão e atuação do que há de mais moderno no Brasil sobre a atuação das entidades pelo ponto de vista da lei.

Gostou de saber mais sobre o que é ser filantrópico?



·        Que tal estudar com as autoridades mais renomadas na área do Direito no país? Conheça todo nosso portfólio de cursos de graduação, pós-graduação (presencial, híbrida e online), mestrado e extensão da Escola Paulista de Direito e estude com os professores mais renomados do Brasil!



·        A Escola Paulista de Direito possui 20 anos de experiência em ensino superior na área de Direito com reconhecimento do MEC e conta com milhares de estudantes matriculados, tanto no curso de graduação quanto nos cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Faça parte da nossa história! Entre em contato agora mesmo com um dos nossos consultores e comece sua trajetória profissional no Direito!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ir para o conteúdo