A Lei da Publicação de Fotos é essencial para garantir o respeito à privacidade e evitar o uso indevido da imagem de terceiros. No Brasil, a legislação protege indivíduos contra a divulgação não autorizada de fotos em diversos contextos, desde redes sociais até campanhas publicitárias.
Com o avanço da tecnologia e o uso crescente da inteligência artificial, novos desafios surgem, como a manipulação digital de imagens sem consentimento. A recente aprovação de um projeto de lei pela Câmara dos Deputados é um exemplo de como a legislação vem se adaptando para coibir práticas como deepfakes e montagens ilícitas.
Para entender mais sobre este tema, no post de hoje vamos explicar o que caracteriza o direito de imagem, o que diz a lei, quando ele não se aplica e quais são as penalidades para quem publica fotos sem autorização.
O que é considerado direito de imagem?
Conforme orienta o portal Aurum, o direito de imagem é a proteção legal que garante a qualquer indivíduo o controle sobre o uso de sua própria imagem. Esse direito está previsto na Constituição Federal de 1988 e no Código Civil Brasileiro, assegurando que fotografias, vídeos ou qualquer outra forma de representação visual de uma pessoa não podem ser divulgados sem sua autorização.
A imagem é considerada um atributo da personalidade, o que significa que sua utilização sem consentimento pode gerar consequências jurídicas. O uso indevido pode ocorrer tanto em contextos comerciais, como em campanhas publicitárias sem permissão, quanto em situações cotidianas, como a publicação de fotos em redes sociais sem o aval do indivíduo retratado.
A violação do direito de imagem pode resultar em indenizações por danos morais e materiais, além da exigência de remoção da imagem. No entanto, existem exceções que devem ser consideradas, abordaremos este tópico mais à frente.

O que a lei diz sobre direito de imagem?
O direito de imagem é assegurado pela legislação brasileira como uma garantia fundamental para a proteção da identidade visual das pessoas.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, estabelece que a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas são invioláveis, garantindo o direito à indenização em caso de uso indevido. Esse dispositivo reforça que ninguém pode ter sua imagem divulgada sem consentimento, especialmente se isso causar danos à sua reputação ou privacidade.
Além disso, o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 20, prevê que a utilização da imagem de alguém para fins comerciais, publicitários ou de qualquer outra natureza só pode ocorrer com autorização expressa do titular. Caso contrário, o indivíduo pode exigir a remoção da imagem e, se comprovado prejuízo, solicitar compensação financeira.
Normas como a Lei da Publicação de Fotos, garantem que a imagem de qualquer pessoa só pode ser utilizada dentro dos limites legais, respeitando sua dignidade e evitando abusos que possam resultar em exposição indevida ou prejuízos morais e materiais.
Como funciona o direito de imagem para menores de idade?
A utilização da imagem de menores de idade depende da autorização expressa de seu representante legal, segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Esse consentimento é indispensável para garantir a proteção da criança e evitar exposições indevidas. Sem essa autorização, o uso da imagem pode ser considerado ilegal, podendo resultar em sanções civis e até criminais, dependendo do contexto da divulgação.
É crime postar fotos sem permissão?
Sim, publicar fotos sem autorização pode ser considerado crime, dependendo do contexto e das consequências geradas para a pessoa exposta.
Como vimos, o direito de imagem é garantido pela legislação brasileira, protegendo qualquer indivíduo contra o uso indevido de sua representação visual. Há também leis específicas que penalizam a divulgação não autorizada de imagens, principalmente quando há violação da privacidade ou dano moral.
A Lei dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/1998) também reforça essa proteção, estabelecendo que imagens captadas por terceiros só podem ser reproduzidas com a permissão do titular, salvo exceções previstas em lei. Já o Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado quando empresas utilizam imagens de consumidores sem consentimento, especialmente para fins publicitários, configurando prática abusiva.
O que acontece em casos de fotos íntimas divulgadas sem consentimento?
A divulgação de imagens íntimas sem autorização tem consequências ainda mais severas. Segundo levantamento do portal G1, com base nos dados do Conselho Nacional de Justiça, o Brasil registra pelo menos quatro processos por dia relacionados ao registro e compartilhamento indevido de imagens íntimas. Essa prática pode ser enquadrada como crime e gerar punições significativas, mesmo que as fotos não possuam a identificação facial da vítima.
A Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012) tipifica crimes cibernéticos e prevê penalidades para quem invade dispositivos eletrônicos e divulga conteúdos privados sem permissão. O Código Penal, por sua vez, estabelece punições para quem expõe a intimidade de alguém com o objetivo de causar constrangimento, podendo levar à reclusão de um a cinco anos, conforme o caso.
Essas leis reforçam a necessidade de consentimento antes da divulgação de qualquer imagem, garantindo proteção jurídica para vítimas e sanções para os responsáveis pelo uso indevido.
Qual a pena para a divulgação de fotos não autorizadas?
A divulgação de fotos sem autorização pode resultar em penalidades civis e criminais, dependendo do contexto da publicação. Confira as principais medidas que podem ser adotadas diante da Lei da Publicação de Fotos:
- Divulgação de imagens íntimas sem consentimento: Constitui crime previsto no artigo 218-C do Código Penal, com pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa. A pena pode ser aumentada em um terço a dois terços se houver relação íntima entre o autor e a vítima ou se o crime for motivado por vingança ou humilhação.
- Uso de imagem sem autorização para fins comerciais ou que afetem a honra: De acordo com o artigo 20 do Código Civil, é possível requerer judicialmente a proibição do uso da imagem e indenização por danos morais e materiais.
- Indenização por danos morais e materiais: Além das sanções penais, a vítima pode buscar reparação judicial diante a Lei da Publicação de Fotos, garantindo que qualquer violação da imagem possa ser compensada legalmente.
Direito de imagem no ambiente digital: o que muda?
O ambiente digital também trouxe novos desafios para Lei da Publicação de Fotos, exigindo medidas mais rigorosas para garantir a privacidade e a proteção contra o uso indevido de fotos e vídeos.
Com a popularização das redes sociais e da inteligência artificial, casos de manipulação e divulgação não autorizada de imagens se tornaram mais frequentes, ampliando os riscos de exposição indevida e prejuízos morais.
Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018) estabelece regras para o uso de dados pessoais, incluindo imagens, exigindo consentimento explícito para a coleta, armazenamento e compartilhamento. Empresas e plataformas digitais que descumprirem essas normas podem sofrer sanções, reforçando a necessidade de cuidado ao divulgar fotos de terceiros.
Além disso, a manipulação de imagens sem autorização já avançou no Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados aprovou o PL 623/2024, que inclui no Código Penal o crime de manipular, produzir ou divulgar conteúdo de nudez, atos sexuais ou materiais íntimos falsos gerados por inteligência artificial ou outros meios tecnológicos. A pena prevista varia de um a dois anos de reclusão e multa, podendo ser agravada se a vítima for menor de idade ou se o material for compartilhado em redes sociais. O projeto agora segue para o Senado (fonte: Câmara dos Deputados).
A preocupação com deepfakes também cresce. O uso de inteligência artificial tem permitido a criação de imagens adulteradas, muitas vezes utilizadas de forma criminosa para gerar vídeos falsos, afetando a reputação e a segurança das vítimas. Para enfrentar essa questão, o Senado também debate um marco regulatório para a inteligência artificial, buscando estabelecer limites e punições para o uso inadequado dessa tecnologia.
Quando o direito de imagem não se aplica?
O direito de imagem, ou a Lei da Publicação de Fotos, não se aplica em algumas situações específicas, geralmente quando há interesse público ou previsão legal para a divulgação da imagem sem necessidade de consentimento. Um exemplo clássico é o uso de imagens em reportagens jornalísticas, desde que respeitem a dignidade e a honra do indivíduo. Pessoas públicas, como políticos e artistas, também estão sujeitas a uma exposição maior, desde que a divulgação não ultrapasse os limites da privacidade.
Em eventos abertos ao público, como manifestações e competições esportivas, imagens podem ser utilizadas sem autorização, desde que não causem danos morais à pessoa retratada. Outra exceção ocorre quando a imagem for capturada para fins educacionais, científicos ou históricos, desde que sem intenção comercial ou difamatória.
Mesmo nesses casos, a divulgação deve seguir princípios éticos e legais, evitando abusos que possam prejudicar a reputação ou a privacidade do indivíduo.
Quais são os direitos e deveres de quem publica fotos?
Quem publica fotos tem direitos garantidos pela legislação, mas também deve respeitar normas para evitar sanções legais. O direito à liberdade de expressão permite compartilhar imagens, desde que não violem a privacidade, honra ou imagem de terceiros. Se a foto for autoral, o fotógrafo tem proteção pela Lei dos Direitos Autorais, podendo reivindicar crédito e impedir o uso indevido de sua obra.
Entretanto, para usar imagens de terceiros, principalmente com fins comerciais, é essencial obter autorização expressa. Esse consentimento pode ser formalizado em contrato, especificando a finalidade e os limites de uso da imagem. Contratos são comuns em publicidade, fotografia profissional e mídia, protegendo ambas as partes contra uso indevido.
A LGPD também impõe regras para o uso de imagens digitais, exigindo consentimento para armazenamento e compartilhamento. Quem descumprir essas normas pode responder judicialmente, devendo reparar danos morais ou materiais causados.
O que fazer se sua imagem for usada sem permissão?
Ter sua imagem divulgada sem consentimento pode gerar prejuízos morais e materiais, mas a legislação brasileira oferece mecanismos para proteger seus direitos. Se isso acontecer, é importante agir rapidamente para evitar maiores danos. Veja os principais passos a seguir:
- Registrar provas: Salve capturas de tela, links e qualquer outro material que comprove o uso indevido da sua imagem.
- Solicitar a remoção: Entre em contato com a pessoa ou empresa responsável e peça formalmente a retirada da imagem.
- Denunciar nas plataformas: Redes sociais e sites costumam ter canais para denunciar conteúdos publicados sem permissão.
- Buscar apoio jurídico: Se a imagem continuar sendo utilizada, um advogado pode orientar sobre medidas legais, como ações por danos morais e materiais.
- Acionar autoridades: Em casos mais graves, como exposição vexatória ou pornografia de vingança, registre um boletim de ocorrência.
A Lei da Publicação de Fotos é um direito garantido para todos os cidadãos. Agir rapidamente e buscar respaldo jurídico pode ajudar a minimizar os danos e responsabilizar quem utilizou a imagem sem permissão.
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