, ,

Escritórios devem se importar com gestão de finanças

·

Submitted by eopen on ter, 17/07/2018 – 14:58 Deverá também ser definido um modelo de gestão financeira que integre um conjunto de normas e políticas que orientarão os gestores no processo de decisão das alternativas que levem aos melhores resultados. Alguns exemplos: datas para pagamentos de fornecedores; data para retirada de sócios; montante do Fundo de Reserva e prazo para atingi-lo; limite para gastos variáveis mensais; política de adiantamento de valores para despesas processuais; data para elaboração do orçamento anual; etc.É recomendável que o escritório opere seu financeiro com o apoio de um software (de preferência integrado ao sistema de controle de clientes e de processos) que realize os controles, emita relatórios gerenciais e forneça alguns indicadores de desempenho para que se faça o acompanhamento periódico da performance da banca.Os principais relatórios gerenciais da área financeira são os seguintes:— Controle dos novos Contratos de Honorários— Apuração do Resultado Operacional Líquido— Controle de Caixa do movimento realizado— Fluxo de CaixaE os indicadores financeiros mais apropriados são:— Lucratividade sobre os novos Contratos de Honorários— Rentabilidade por advogado— Nível de endividamento do escritório— Nível de inadimplência de clientesQuanto às funções da Gestão Financeira, o quadro abaixo apresenta a estrutura das mais relevantes:Gerência FinanceiraControladoriaAdministração do fluxo de caixaAdministração de custosAdministração de cobrançaPolítica de honoráriosAdministração de contas a pagarContabilidadePlanejamento e controle financeiroPatrimônioDecisão de investimentoPlanejamento tributárioDecisão de financiamentoRelatórios gerenciaisVinculação com os bancosSistema de informação financeiraO aumento da complexidade na gestão de escritórios de advocacia tem trazido às mesas de reuniões de sócios um tema até então raro… a gestão das finanças da banca. Em tempos de redução na entrada de honorários e aumento significativo dos custos com advogados, tecnologia e estrutura, se torna fundamental exercer o planejamento e controle das finanças do escritório, visando estabelecer um direcionamento para lucratividade, rentabilidade e investimentos, bem como proporcionar respostas rápidas nos momentos de sazonalidade, bastante comum na Advocacia. Para um escritório de advocacia sobreviver e manter-se num mercado cada vez mais competitivo torna-se vital que os sócios tomem suas decisões apoiadas em informações financeiras precisas e atualizadas.  Como se vê, é árdua e densa a responsabilidade dos advogados em gerenciar as finanças de seus escritórios, em especial porque será fundamental entender o mínimo necessário sobre o assunto para poder orientar os gestores a seguir a linha que os sócios desejam.  Boa parte do desafio também residirá na mudança de comportamentos viciados (por exemplo misturar as contas pessoais com as do escritório, não cobrar o reembolso de despesas de clientes, etc.) que geram inúmeros problemas e impedem o aumento da sustentabilidade do escritório no médio e longo prazo. Seguindo a linha de profissionalização da banca, aquele que responder pelas finanças (seja o sócio, seja o administrador legal) deverá ter consciência que suas habilidades e seus conhecimentos técnicos são imprescindíveis para manter a boa saúde financeira do escritório e, consequentemente, de seus sócios. Se a eficiência financeira for alinhada ao planejamento estratégico da banca, muito melhor, pois permitirá uma atuação mais competitiva e diferenciada criando a possibilidade de gerar altos rendimentos. Portanto, é de competência do gestor financeiro conhecer, entender e praticar as funções financeiras básicas no dia-a-dia do escritório de advocacia. A profissionalização da Gestão Financeira é um grande passo para os sócios que desejam atingir o equilíbrio e crescimento financeiro de seus escritórios, sem os solavancos naturais que a sazonalidade da Advocacia proporciona a seus operadores. Nesse entendimento, não importa se o escritório é de pequeno, médio ou grande porte, uma boa gestão das finanças da banca se torna absolutamente necessária e “deve” ser praticada numa configuração técnica, sólida e sustentável, pois toda decisão empresarial passa por uma decisão financeira e, sendo assim, impacta diretamente na maximização ou não da riqueza dos sócios. Lara Selem: é advogada, escritora e consultora em Gestão de Serviços Jurídicos. É sócia da Selem, Bertozzi & Consultores Associados e autora dos livros “Estratégia na Advocacia” (Juruá, 2003), “Gestão Judiciária Estratégica” (Esmarn, 2004), “A Reinvenção da Advocacia” (Forense/Fundo de Cultura, 2005). Adnilson Hipólito: é administrador de empresas, graduando em Direito e consultor em gestão dos serviços jurídicos da Selem, Bertozzi & Consultores Associados. Fonte Consultor Jurídico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo