Submitted by eopen on qua, 18/07/2018 – 10:25 Dois estudos publicados pela revista especializada “Archives of
Internal Medicine” afirmam que nem toda obesidade significa problemas
de saúde, e que é possível ser obeso e saudável.Segundo um dos estudos, liderado pelo médico Norbert Stefan, da
Universidade de Tubingen, na Alemanha, é possível ser obeso mas não
apresentar resistência à insulina nem sinais de arterioesclerose
precoce –que sinalizariam problemas cardíacos e risco de diabetes do
tipo 2.No estudo, Stefan e sua equipe analisaram a gordura de 314 pessoas,
divididas em quatro grupos: com peso normal, acima do peso (com índice
de massa corporal até 29,9), obesos sensíveis à insulina e obesos
resistentes à insulina.Os cientistas mediram a gordura corporal, visceral (em torno do
abdome) e subcutânea com exames de ressonância magnética e ainda
mediram os níveis de gordura no fígado e nos músculos.Eles concluíram que, enquanto a gordura abdominal é um forte
indicativo de resistência à insulina (um dos sinais de risco da
diabetes) nos pacientes de peso normal, ou acima do peso, ela não tem
tanta importância para determinar os riscos dos pacientes obesos.Enquanto os dois grupos de obesos apresentavam semelhantes níveis de
gordura abdominal, o grupo resistente à insulina apresentou níveis de
gordura muscular e no fígado muito mais altos do que os obesos
sensíveis à insulina, que não apresentam maiores riscos de saúde.Os cientistas concluíram ainda que, entre os obesos sensíveis à
insulina, o nível de sensibilidade era equivalente ao dos pacientes com
peso normal. Os dois grupos apresentaram também equivalentes espessuras
das paredes de suas artérias, afirmando que existe um fenótipo de
obesidade benigna.Stefan afirma que não defende a obesidade, mas sim um exame mais
detalhado dos obesos, que avalie a gordura no fígado e nos músculos
para identificar os riscos reais.AnomaliasNo outro estudo, a equipe liderada pela médica Rachel Wildman, do
Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, estudou dados de
5.440 pacientes com fenótipos diferentes para medir até que ponto a
gordura é fator determinante de problemas de saúde.O estudo analisou dados coletados entre 1999 e 2004 de pessoas com
peso normal, acima do peso e obesas, com e sem anomalias
cardiometabólicas (que incluem pressão alta, nível elevado de
triglicerídeos e o chamado “bom colesterol”).Os resultados mostraram que 23,5% dos adultos de peso normal
apresentavam anomalias, enquanto 51,3% dos adultos acima do peso e
31,7% dos obesos eram saudáveis “metabolicamente”.Entre os fatores associados aos problemas de saúde dos adultos com
peso normal, estavam a idade avançada, baixos níveis de atividade
física e maior circunferência da cintura.Os pacientes obesos e acima do peso que não apresentavam problemas
metabólicos tendiam a ser mais jovens, de etnia negra, mas não
hispânica, com altos níveis de atividade física e menor circunferência
da cintura.Segundo o estudo, o resultado mostra que há uma proporção
considerável de adultos obesos e acima do peso considerados saudáveis,
ao mesmo tempo em que uma considerável proporção de adultos de peso
normal apresenta problemas de saúde normalmente ligados à obesidade.A cientista afirma que “são necessários novos estudos sobre
mecanismos comportamentais, hormonais, bioquímicos e genéticos que
estão por trás dessas diferentes respostas metabólicas ao tamanho do
corpo”, e poderão, no futuro, ajudar na criação de métodos para
identificar pacientes em risco. Fonte Folha Online
Deixe um comentário