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Ministério Público do Rio investiga riscos do uso do celular para a saúde

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Submitted by eopen on ter, 17/07/2018 – 19:09 O MP (Ministério Público) do Rio de Janeiro instaurou uma investigação
para analisar o impacto do uso de celulares para a saúde dos usuários.
O MP está coletando dados sobre o assunto para embasar uma possível
ação civil pública contra operadoras e fabricantes de celular, por não
informarem aos consumidores sobre os supostos riscos desse uso.O inquérito foi instaurado por Rodrigo Terra, promotor de Justiça de
defesa do consumidor do MP do Rio, no início deste mês, após a
divulgação de uma pesquisano qual o médico Vini Khurana, da Faculdade Nacional de Medicina da
Austrália, afirma que há ao menos oito estudos clínicos que indicam uma
ligação entre o uso de celulares e certos tipos de tumor no cérebro.MP-RJ pode entrar na Justiça com uma ação para obrigar as empresas a informarem sobre os supostos riscos dos celulares”Se essa informação se confirmar, teremos que tomar medidas para que
os efeitos nocivos do celular sejam informados pelos fabricantes”,
afirma.Terra afirma que o MP pode entrar na Justiça com uma ação para
obrigar as empresas a informarem sobre esses riscos. Seria algo similar
ao que acontece atualmente com a indústria do cigarro. Isso deveria
ocorrer nos anúncios e no rótulo dos produtos.No entanto, a pesquisa do médico australiano, na qual Terra se
baseou, é contestada pelo Centro Australiano para a Pesquisa de
Bio-efeitos RF, organização que reúne diversos institutos científicos
do país para promover pesquisas relacionadas à radiofreqüência.”Khurana falha ao não considerar a relativa qualidade científica de
estudos diferentes. Tal procedimento resulta em uma análise
desequilibrada da literatura, que também é seletiva para sustentar as
teses do autor”, afirma em nota divulgada no site do centro no início do mês.”Na verdade, a prevenção de um dano é mais importante que a reparação.
Essa atuação tem o objetivo de evitar que vidas se percam pelo uso
inadequado do aparelho ou a falta de informação sobre os riscos. É algo
simples a se fazer”, diz o promotor.FabricantesAderbal Bonturi Pereira, diretor para a América Latina da MMF
(Mobile Manufacturers Forum), órgão que representa as principais
fabricantes de celulares no mundo, como Nokia, Motorola e Samsung,
afirma que o estudo de Khurana não tem credibilidade. “Essa não é uma
opinião compartilhada pela comunidade científica internacional”, diz.Segundo Pereira, a investigação do médico não cumpriu a metodologia
científica necessária para ser confiável e o que o médico fez não foi
exatamente um trabalho científico, mas apenas um “apanhado” de notícias
e pesquisas anteriores sobre o assunto. “Ele foi tendencioso, ele
procurou todos aqueles trabalhos que davam para o caminho que ele
queria chegar.”Ele diz que uma possível advertência incluída nos celulares ficaria
sem fundamentação cientifica para se suportar. “Não faz sentido basear
a ação em um trabalho distorcido e falho e desconsiderar mais de 25 mil
estudos já realizados sobre radiofreqüência. A própria OMS [Organização
Mundial da Saúde] diz em seu site que não há evidências de que o uso de
celular possa causar algum dano à saúde”, diz Pereira.OperadorasEntre as operadoras procuradas pela Folha Online, a Vivo informou que não faz os alertas porque não existe legislação ou comprovação de que a telefonia móvel faça mal à saúde.A Sercomtel também afirma que confia nos estudos que têm sido
realizados, mas que até agora há apenas especulações sobre o assunto,
sem comprovação científica.As outras operadores preferiram não comentar o assunto até a publicação da reportagem. Fonte Folha Online

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