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Médicos espíritas são contra o aborto de anencéfalos

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Submitted by eopen on qua, 18/07/2018 – 10:35 A última parte da audiência pública que discute a possibilidade de
aborto de fetos anencéfalos foi apresentada por duas médicas
representantes da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME), Irvênia
Luiza de Santis Prada e Marlene Rossi Severino Nobre.A primeira a falar foi a doutora Irvênia, que estuda a evolução do
cérebro humano. Ela fez uma apresentação técnica sobre o cérebro, de
acordo com a neurociência, e explicou que, muito embora sejam
utilizados vulgarmente como sinônimos, os termos cérebro e encéfalo não
são sinônimos. Disse que o anencéfalo, a rigor, seria o indivíduo  com
a cavidade craniana completamente oca,  mas não é isso o que acontece 
realmente nos casos de anencefalia, pois  neles são preservadas, pelo
menos, as partes mais profundas do encéfalo.Ela trouxe a questão do porquê uma criança que sobrevive anencéfala
tem dificuldade para se expressar cognitivamente. E explicou que o feto
tem consciência, mas não pode se expressar porque lhe faltam os
instrumentos neurais compatíveis com essa forma de manifestação.Disse ainda que são opiniões equivocadas as que afirmam não haver
possibilidade de vida do anencéfalo porque não há vida sem cérebro.
“Essas opiniões não têm, metodologicamente, dentro do contexto da
neurociência, nenhum embasamento. Pelo contrário, a neurociência vem
demonstrar pelo seu conteúdo que o anencéfalo tem substrato neural para
desempenho de funções vitais, o que contra-indica o aborto desse feto e
contra-indica a disponibilização do anencéfalo recém-nascido para
transplante de órgãos”.Em seguida, falou a doutora Marlene Rossi, que usou a expressão “o
acaso não explica a vida”. Para a especialista, não há direito da
mulher quando se fala de um direito que se sobrepõe, que é o direito à
vida. “A vida do anencéfalo sobrepuja todos os outros direitos, é um
bem fundamental que lhe pertence”.DebateDepois da apresentação, o advogado autor da ADPF, Luís Roberto
Barroso, questionou se as duas médicas concordam com a evidência médica
que em 100% dos casos a anencefalia levam à morte, ou no útero ou
minutos depois da vida.A doutora Marlene respondeu que sim, mas voltou a afirmar que a vida
do anencéfalo sobrepõe qualquer direito do ser já formado, no caso, a
mãe.Logo depois, foi a vez do subprocurador geral da República Mário
Gisi questionar sobre o que chamou de incongruência na apresentação da
médica que citou carta de um índio americano que defende a vida e a
família, além de dizer que “o homem não tece o fio da vida, ele é
apenas um fio. Tudo o que faz a teia ele faz a si mesmo”.O subprocurador disse ser uma incongruência a citação do índio e o
fato de que a cultura indígena não só autoriza a morte de anencéfalos,
mas de todas as crianças que nascem com deficiência física.Marlene Rossi disse que algumas comunidades indígenas ainda não evoluíram a ponto de conhecer o que a ciência propõe como vida. Fonte Supremo Tribunal Federal

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