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Hospital terá de monitorar paciente

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Acompanhamento após cirurgia plástica é para evitar a contaminação por micobactérias  Hospitais, clínicas e consultórios que realizam videocirurgias, cirurgias abdominais e pélvicas e plásticas de mama e lipoaspirações estão obrigados, desde ontem, a acompanhar mensalmente seus pacientes por 90 dias. O objetivo é verificar se eles não desenvolveram infecções hospitalares por micobactérias de crescimento rápido depois das operações. Após o prazo de 90 dias, os pacientes deverão ser orientados a comunicar qualquer problema aos serviços de saúde por até dois anos.A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no Diário Oficial da União resolução para conter infecções pelo micro-organismo. A medida ocorre nove anos depois dos primeiros registros do problema no País. Hoje o Brasil acumula 2.128 casos de infecção por micobactérias, desde 2000, 92 deles notificados em 2008, principalmente em hospitais particulares – neste ano não houve notificação. As cirurgias que serão monitoradas são aquelas que mais registraram casos de infecção, informou a agência.“Parente” da bactéria causadora da tuberculose, as micobactérias de crescimento rápido causam nódulos, feridas de difícil cicatrização e perda de tecidos. Os casos no País são considerados únicos no mundo em razão da resistência das bactérias a antibióticos. A nova regra, definida após consulta pública, no entanto, não define como os pacientes das cirurgias serão acompanhados, se por meio de novas avaliações médicas, telefonemas ou cartas. “Houve opção por dar autonomia aos serviços de saúde”, disse o gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Anvisa, Heder Murari Borba.A agência também decidiu suspender o uso de líquidos na esterilização de instrumentos utilizados nas cirurgias, caso do glutaraldeído. E tornou compulsória a notificação dos casos de infecção pela bactéria, medidas que já vinham sendo prometidas desde o ano passado, quando o as infecções foram classificadas como uma emergência. Por fim, as centrais de esterilização dos hospitais passam a ser responsáveis pela limpeza adequada dos instrumentos cirúrgicos. O cumprimento das novas normas será fiscalizado pelas vigilâncias sanitárias estaduais e municipais. Os infratores estarão sujeitos a multas – que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão – e até a interdição do estabelecimento. A direção da Anvisa também já recomendava desde o ano passado que os serviços fizessem o “recall” de pacientes, mas não havia uma regra que os obrigasse a isso. A resolução definiu ainda as cirurgias que deverão ser monitoradas por 90 dias, atingindo, por exemplo, o amplo universos das cirurgias plásticas – só no ano passado, por exemplo, ocorreram 96 mil cirurgias para implante de próteses de silicone nos seios no País e 91 mil lipoaspirações, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.Segundo o presidente da sociedade, José Tariki, o acompanhamento dos pacientes por um período longo já é prática na cirurgia plástica. “Nos dois primeiros meses as pacientes retornam toda semana.” Ainda segundo a resolução, o monitoramento se aplica também aos serviços que fazem diagnóstico por videoscopias – uso de câmeras e cânulas para realizar biópsia, por exemplo. Mas os exames de endoscopia digestiva, por exemplo, que usam cânulas e câmeras, não são abrangidos. Isso porque os instrumentos são introduzidos no corpo sem a necessidade de cortes , o que diminui os riscos de infecção. Fonte Jornal da Tarde

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